Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

A história do pai que atirou seu bebê contra uma caminhonete (Estadão)

Crime em 2003 chocou o País; na semana passada, Alexandre Alvarenga foi libertado

Valdir Sanches

Alexandre Alvarenga voltou para casa para tentar reconstruir a vida depois de tudo o que fez a partir das 14h55 de 2 de fevereiro de 2003 numa rua de Campinas. Bateu o carro em outro que vinha em sentido contrário. Desceu e ficou batendo com a cabeça em seu próprio carro. Começou a andar pela rua. A mulher, Sara, o seguia, levando o filho de 1 ano nos braços e a filha de 6 anos pela mão. 'Anda, anda depressa', dizia para Sara. Em dado momento, tirou o bebê do colo dela. Uma caminhonete passava, a 30 km/h. Alexandre arremessou o filho contra o pára-brisa da caminhonete com tal força que estilhaçou o vidro. Foi parar no colo do motorista. Alexandre continuou andando, até chegar a um bosque. Pulou o alambrado, de metro e meio. Sara passou-lhe a filha e pulou também. Um vizinho do bosque foi atrás. Alexandre batia a cabeça da menina, com violência, contra uma árvore. Depois, ele próprio e Sara fizeram o mesmo. 'Eles gritavam rá, rá, pai, agora eles estão com você, só falta nós', contou um vizinho, que deu uma 'gravata' em Alexandre. 'Quase o estrangulei para contê-lo.' Uma equipe de socorro chegou e aplicou calmantes nele. Depois, levou o casal e as crianças ao hospital da PUC. A menina teve ferimentos leves. O bebê sofreu traumatismo craniano.

Até bater o carro, Alexandre levava vida próspera, de produtor musical bem-sucedido. Em seu estúdio, gravava músicas de artistas regionais famosos. Em casas de shows de Campinas, ele e a mulher eram a dupla Xandy e Sara. Não bebiam, não fumavam. Amigos e vizinhos viam o casal como pais exemplares. Na verdade, superprotetores. Se o menino ia brincar na casa de um amiguinho, não podia ficar no chão. 'Tinham medo de que pegasse vírus', contou uma vizinha.

Aos 36 anos, Alexandre deixou na segunda-feira o hospital de custódia e tratamento psiquiátrico de Franco da Rocha. Segundo seu advogado, Antonio Gazato Neto, tem vivido alternadamente com pais e tios, 'transitando entre os parentes', para evitar jornalistas. Está voltando a trabalhar na área de produção musical, mas não há mais chance de que um dia ele e Sara voltem a cantar em casas noturnas, como a dupla Xandy e Sara. 'Alexandre tem recomendação médica de não se expor a locais com muito ruído, muito som', diz o advogado

Está feliz? 'Está retornando à sua vida. Há uma boa perspectiva para sua vida social e familiar.' Em suma, diz o advogado, 'está bem'. 'Conversa bem, com boa fluência e cabeça tranqüila. É uma pessoa normal.' Poderá, um dia, voltar a viver com Sara e as crianças? 'É preciso dar tempo ao tempo', diz a avó materna, Neide Rosolen. 'As crianças adoram o pai, ele nunca havia sido agressivo com elas.'

Sara, de 37 anos, ficou 45 dias num presídio feminino, até seu advogado, Pedro Renato Lúcio Marcelino, conseguir libertá-la. Vive com os filhos na casa dos pais e fez cursos de computação e estética. É 'formada em artes', diz sua mãe, Neide Rosolen. Mas estagia como esteticista num salão de Campinas.

O menino, hoje com 6 anos, está no primeiro ano do curso fundamental. Quando foi atirado contra a caminhonete, tinha 1 ano. Seu estado era grave, preocupava. Hoje, diz a avó Neide, está bem, totalmente recuperado. 'As crianças estão ótimas.'

A menina, com 11 anos, está na 5ª série. Em dezembro de 2004, então com 7, escreveu em uma folha com desenhos infantis: 'Quero que meu pai volte, estou pedindo de coração. Fale para o juiz que eu quero meu pai (...). Mesmo que meu pai me bateu, vou sempre amar ele mesmo assim, eu sei que ele ficou doente.'

Os Rosolens estão bem. Mas, apesar da paz, ficaram as marcas. 'Sofremos muito. Foi muito difícil, houve muita mentira. Ficamos traumatizados', resume Neide.

> Caso Isabella.

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