Promotor reforça hipótese de crime no caso Isabella (G1)
Em entrevista coletiva, ele disse haver dúvidas sobre depoimento de casal
Pai e madrasta foram levados para delegacias distintas na noite de quinta (3)
por Silvia Ribeiro
O promotor Francisco José Taddei Cembranelli, que acompanha as investigações sobre a morte de Isabella Nardoni, de 5 anos, definiu, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (4), como "fantasiosos" trechos dos depoimentos dados pelo pai e a madrasta da menina à polícia.
“Existem muitas contradições dentro do inquérito, muitos pontos obscuros a serem esclarecidos”, afirmou. O promotor disse ainda que o casal não foi indiciado, referiu-se aos dois como "averiguados" e reforçou que a investigação deve ser feita com cautela.
O promotor afirma que detalhes contados pelo casal a testemunhas logo após o incidente não foram confirmados. Ele citou como exemplo a versão de que o apartamento havia sido arrombado. A perícia comprovou que não havia sinais de invasão no local. "O apartamento não foi arrombado, não havia ninguém dentro do apartamento", disse.
Outro ponto citado pelo promotor foi a omissão do casal nos depoimentos à polícia de que havia sangue na residência. Cembranelli afirma, com base no inquérito, que havia sangue na entrada do apartamento, na rede de proteção pela qual Isabella teria sido arremessada e no quarto dos irmãos.
Também de acordo com o promotor, foram anexados ao inquérito boletins de ocorrência relativos ao casal. Cembranelli não deu detalhes sobre o conteúdo dos B.Os, mas revelou que, entre eles, há um registro em que a mãe de Isabella diz ter sido ameaçada por Alexandre Nardoni.
O promotor afirmou ainda que, ao analisar o inquérito, viu contradições entre os depoimentos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Ele não descartou a possibilidade de realizar uma acareação entre testemunhas e averiguados, em relação aos pontos divergentes. Citando o sigilo do processo, ele não deu detalhes acerca das possíveis contradições.
Cembranelli, que acompanha as investigações, estima que o inquérito possa ser concluído antes do previsto.
Versões
O pai de Isabella, Alexandre Nardoni, e a mulher dele, Anna Carolina Jatobá, se entregaram à polícia na quinta-feira (3). No mesmo dia, os dois redigiram cartas reafirmando a própria inocência.
De acordo com o casal, no dia em que Isabella morreu a família voltava de um jantar. Alexandre teria subido primeiro, com a menina, que dormia, no colo e a deixado no quarto. Em seguida, teria retornado à garagem para ajudar a mulher dele, Anna Carolina, a subir com os outros dois filhos.
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