Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

Desmatamento aumenta e já supera o registrado em 2007 (da Folha)

Só em abril, floresta amazônica perdeu área equivalente à da cidade do Rio de Janeiro. Entre agosto de 2007 e abril de 2008, governo detectou 5.850 km2 desflorestados, contra 4.974 km2 de agosto de 2006 a julho de 2007.

desmatamento
AFRA BALAZINA (ENVIADA ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS)
FÁBIO AMATO (DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS)

Mesmo antes de terminar o período de observação da Amazônia -que vai até julho-, dados de satélite apontam que o desmatamento já superou o total visto no intervalo anterior. Entre agosto de 2007 e abril de 2008, o Deter, sistema de detecção em tempo real do governo, enxergou 5.850 km2 desflorestados. Entre agosto de 2006 e julho de 2007, o mesmo sistema viu 4.974 km2.


"O importante é que continua havendo a tendência de aumento mensurável de desmatamento", disse Gilberto Câmara, diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).


De acordo com ele, os dados do Deter demonstram "que será difícil manter a mesma taxa" de desmatamento de 2007, que foi de 11.200 km2 -equivalente a sete vezes e meia a cidade de São Paulo. Mas ainda não se pode dizer qual será o total do desmatamento de 2007/2008.

Primeiro porque ainda faltam as análises de maio, junho e julho, quando a Amazônia fica seca e o desmate é mais alto. Depois, porque apenas no segundo semestre o governo divulga o dado anual do sistema Prodes, mais preciso que o Deter e usado para cálculo efetivo da área desmatada.

"Colhe-se o que se plantou. Você aumenta a exportação de ferro-gusa com carvão de floresta nativa, triplica os frigoríficos, titula ocupações de até 1.500 hectares, licencia obras ilegais e ainda não cobra as multas. Depois espera o quê? Considerando que só há dados sobre Mato Grosso e Roraima, a tendência é de termos um ano entre os piores, voltando à casa dos 20.000 km2", disse Roberto Smeraldi, diretor da ONG Amigos da Terra.

Em abril, as nuvens "colaboraram" e o Inpe conseguiu detectar um desmatamento recorde nos últimos meses na Amazônia Legal: 1.123 km2. O número, equivalente à área do município do Rio de Janeiro, é maior do que o desmatamento observado nos meses de dezembro e de novembro passados (943 km2 e 974 km2 respectivamente), quando a devastação explodiu e fez o governo anunciar uma série de ações.

Mato Grosso foi, como o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) já havia antecipado, o líder em desmatamento no período, com 794,1 km2. O Estado teve pouca cobertura de nuvens (14%), o que possibilitou melhor análise da região.

Pará e Amapá, por exemplo, tiveram 89% e 94% de cobertura de nuvens, respectivamente. Em segundo lugar ficou Roraima, com 284 km2, e em terceiro, Rondônia, com 34,6 km2. Este último foi citado como o Estado mais degradado proporcionalmente, enquanto Amazonas é o mais preservado.

No mês de março, haviam sido detectados 145 km2 de desflorestamento. Entretanto, não se pode dizer que houve aumento expressivo de um mês para o outro porque em março as nuvens atrapalharam muito a visualização -78% da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, contra 53% de abril.

"Em Mato Grosso as más notícias estão reveladas, agora que a cobertura de nuvens diminuiu", disse Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

Câmara disse que não é possível avaliar, no momento, se os desmatamentos encontrados são corte raso ou áreas em processo de desmatamento por degradação florestal (quando ainda existem árvores na área).

O Inpe afirma que dos cerca de 4 milhões de km2 de floresta amazônica, cerca de 700 mil já foram desmatados.


Minc diz que vai apreender "bois piratas"

Ministro admite estouro da meta de desmatamento e alerta que "o pior está por vir"

Minc agora diz que se sente "prestigiado" por Lula e que este se opõe à ampliação do limite de desmatamento de propriedades na Amazônia


MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em resposta à alta do desmatamento na Amazônia, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) anunciou ontem a decisão de apreender gado criado em áreas desmatadas ilegalmente.

Minc batizou a operação de "Boi pirata" e atribuiu à pecuária parte da responsabilidade pelo avanço de mais 1.124 km2 devastação da floresta em abril, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A Amazônia Legal já reúne 36% do rebanho bovino do país. "É um recado de combate à impunidade do crime ambiental", disse o ministro, sinalizando que a medida terá um efeito mais simbólico.

O confronto aberto com o agronegócio começou na última semana de maio, quando o Ibama apreendeu 4,3 mil toneladas de grãos, principalmente soja e milho, nos Estados do Pará e do Mato Grosso. Foi a primeira vez que o governo agiu contra a produção em áreas embargadas por desmatamento ilegal na Amazônia.

O produto das apreensões será leiloado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o dinheiro obtido irá para programas sociais mantidos pelo governo federal.

Minc tomara conhecimento dos dados do Inpe antes de tomar posse, mas combinou com o instituto o momento mais oportuno de divulgar os números. Em abril, os satélites do Inpe captaram desmatamento superior aos meses de novembro e dezembro, que justificaram o alerta do início do ano.

"O dado é preocupante e não vamos brigar com o termômetro. Vamos agir", disse o ministro, numa referência ao sistema de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe, cujos resultados vêm sendo contestados pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi.

O número oficial da área devastada na Amazônia entre agosto de 2007 e julho de 2008 será divulgado no final do ano, mas Minc já espera o descumprimento da meta fixada pelo governo em janeiro, de limitar o desmatamento do ano aos mesmos 11,2 mil quilômetros quadrados registrados entre agosto de 2006 e julho de 2007.

Os sinais do estouro da meta são claros e foram captados pelo sistema de detecção do desmatamento em tempo real -que é mais rápido, embora menos preciso que o sistema Prodes, que calcula a área oficial da devastação. Entre agosto de 2007 e abril de 2008, o Deter já captou o corte raso ou a degradação avançada de 5.850 km2 de floresta, contra 4.974 km2 medidos no período anterior de 12 meses.

"Não queremos chorar sobre a seiva derramada", disse o ministro. Ele destacou o registro do ritmo acelerado das motosseras ocorreu num período de chuvas na Amazônia, e é nos meses de estiagem que a devastação costuma crescer, a partir de junho: "O pior está por vir".

Preço das commodities

Ao analisar o ritmo da devastação, Minc repetiu a avaliação feita pela ex-ministra Marina Silva e relacionou o desmatamento ao aumento do preço de commodities: "O preço da carne e da soja dispararam e há uma relação histórica entre preços e desmatamento".

Minc insistiu em que as medidas adotadas no início do ano estão corretas, mas demoram a dar resultado. Uma das medidas com que o ministro conta é o bloqueio do crédito rural a produtores que não comprovem regularidade ambiental. A resolução do Banco Central, contestada pelo agronegócio, entra em vigor em 1º de julho.

Questionado se pediria demissão caso a medida venha a ser suspensa, o ministro disse que se sente "prestigiado" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Minc disse ainda que o presidente é contra a proposta que aumenta de 20% para 50% o limite de desmatamento de propriedades na Amazônia.

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