Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

Há algo de novo, e não é Daniel Dantas (Folha)

Há uma troca de guarda, de métodos e de objetivos no capitalismo brasileiro. Certamente não será uma troca abrupta, mas se a novidade ainda não apareceu direito, o velho está aí, escancarado, à vista de todos", analisa Elio Gaspari, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 16-07-2008. Segundo o jornalista, "faz tempo que a garotada que entra no mercado de trabalho procura evitar atividades que dependam da palavra de burocratas. Numa mesma semana, Daniel Dantas e a turma da AmBev ensinaram que um dos caminhos inclui o risco da cadeia. O outro oferece o sucesso".

Eis o artigo.

Talvez seja mais que uma coincidência: enquanto o povo de Pindorama acompanha enraivecido o ocaso do banqueiro Daniel Dantas, os empresários brasileiros que dirigem a InBev compraram a cervejeira americana Anheuser-Busch. Um negócio de US$ 52 bilhões que faz da empresa belgo-brasileira a maior companhia do setor, com 25% do mercado mundial.

A coincidência pode ser um sinal de que há uma troca de guarda, de métodos e de objetivos no capitalismo brasileiro. Certamente não será uma troca abrupta, mas se a novidade ainda não apareceu direito, o velho está aí, escancarado, à vista de todos. Daniel Dantas, um descendente do barão de Jeremoabo, foi considerado um gênio do seu tempo e encarnou o esplendor do papelório e da privataria tucana. Esteve um passo à frente do empresariado cartorial e, durante algum tempo, foi um Midas. Tomou o bonde errado quando se apoderou de concessionárias de serviços públicos juntando-se aos fundos de pensão de estatais. Associou-se por algum tempo a um ex-presidente do Banco Central (Pérsio Arida), fez do litígio judicial um apêndice dos seus interesses e deslizou para operações policiais, até acabar algemado. O Brasil de Jeremoabo deu-lhe a impressão de que se tornara poderoso. Nesse Brasil de Jeremoabo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, circula pela controvérsia da libertação do banqueiro como se a chefia da magistratura fosse uma permanência na ilha de Caras, com entrevistas de calçada, adornadas com frases de efeito.

Quando Daniel Dantas chegou ao mercado, lá havia uma referência legendária. Chamava-se Jorge Paulo Lemman. Ele e sua turma compraram a Anheuser-Busch. Ao tempo do papelório, e até mesmo durante o tele-esplendor da privataria, Lemann ganhou todo o dinheiro a que tinha direito. Seu banco, o Garantia, entrou mal numa curva e, em 1988, foi vendido ao Credit Suisse.

Lemann celebrizou-se pela capacidade de juntar talento e trabalho, transformando funcionários em milionários. Três deles foram relevantes para a compra da cervejeira americana: Carlos Brito, Marcel Telles e Carlos Sicupira. Em 1980, quando o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh ajudou a fundar o PT, o patrimônio de Brito, Telles e Sicupira talvez fosse inferior aos R$ 650 mil que, segundo a Polícia Federal, o doutor recebera como honorários até abril.

Lemann e sua turma transferiram-se para a economia real arrematando empresas mal administradas. Em 1989, compraram a Brahma e depois engoliram a Antarctica, criando a AmBev. Em 2004, a empresa juntou-se com a cervejeira belga Interbrew, gerando a InBev. Hoje, 7 dos 12 principais executivos são brasileiros. Carlos Brito, de 48 anos, é seu presidente.

Daniel Dantas poderia ter criado uma AmBev, mas preferiu ficar no regaço do governo. A turma da InBev trata o mínimo possível com os Poderes. São profissionais agressivos e têm uma enorme capacidade de agradar os acionistas. Nos últimos anos, quem comprou ações de suas cervejarias ganhou muito mais dinheiro que a bancada dos títulos públicos.

Faz tempo que a garotada que entra no mercado de trabalho procura evitar atividades que dependam da palavra de burocratas. Numa mesma semana, Daniel Dantas e a turma da AmBev ensinaram que um dos caminhos inclui o risco da cadeia. O outro oferece o sucesso.

Fonte:

IHU On-line.

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