Enem do servidor federal vai oferecer em 2024 mais de 7 mil vagas

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A partir de 2024 haverá uma prova nacional unificando o processo de seleção de servidores federais, um Enem dos Concursos”, como o objetivo de facilitar o acesso da população às provas, inclusive em cidades do interior. A primeira prova será realizada no dia 24 de fevereiro.  A estimativa de vagas é de mais 7 mil no primeiro ano do concurso, Provas serão simultaneamente em 179 cidades das 5 regiões Cada ministério poderá decidir se vai aderir a esse modelo ou fazer os concursos por conta própria. O exame acontecerá ao mesmo tempo em 179 municípios, sendo 39 na Região Norte, 50 no Nordeste, 18 no Centro-Oeste, 49 no Sudeste e 23 no Sul. Haverá duas provas no mesmo dia. Uma com questões objetivas, comum a todos, e outra com perguntas específicas e dissertativas, divididas por blocos temáticos. Os candidatos para Trabalho e Previdência farão a mesma segunda prova, por exemplo; já os candidatos para Administração e Finanças Públicas, outra. As vagas abrangem os seguintes setores: Administr

'Está na hora de rico ser preso', afirma senador Pedro Simon (Terra)

Por Cláudio Ledal

Um embate verbal com seus colegas no Senado não tirou uma convicção do senador gaúcho Pedro Simon (PMDB-RS): a Polícia Federal agiu com correção ao prender e algemar o banqueiro Daniel Dantas, durante a Operação Satiagraha, na terça-feira, 8 de julho.

- O governo está certo, as prisões são corretas, devem ser feitas, se tiver que botar algema... Se bota nos pobres, por que não pôr nos ricos? - diz Simon (foto) a Terra Magazine.

pedro_simon O banqueiro Daniel Dantas voltou a ser preso ontem pela PF, desta vez após ordem de prisão preventiva expedida pela Sexta Vara Criminal de São Paulo. Na noite de 9 de julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus a Dantas e mais dez presos ligados ao grupo Opportunity. Em nova decisão polêmica, Mendes expediu os alvarás de soltura do especulador Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

A Operação Satiagraha despertou a revolta de senadores, na sessão de 9 de julho. Discursos indignados ante o encarceramento de Dantas, Nahas, Pitta e associados. Os congressistas criticaram o "espetáculo" da PF ao cumprir mandados de prisão contra 24 acusados de corrupção ativa, evasão de divisas, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e uso indevido de informação privilegiada.

Entre os oradores, destacou-se o senador Heráclito Fortes (PMDB-PI). Em tom iracundo, retornou à defesa de Dantas, muito embora ressalte, a todo momento, não ser amigo do banqueiro. "Se é golpe financeiro e prejuízo ao sistema financeiro, quais os motivos que levaram o Banco Central a não tomar nenhuma medida? Por que a omissão do Banco Central?", bradou Fortes, da tribuna da Câmara Alta.

Pedro Simon foi o único senador a defender, sem meias palavras, a prisão de Dantas. Os senadores Arthur Virgilio e Tasso Jereissati(PSDB) se alinharam ao presidente do STF, Gilmar Mendes, que condenou o "espetáculo" da PF (mais tarde, concederia habeas corpus ao banqueiro). Simon acredita na "isenção" de Mendes, mas defende o fim de privilégios no Judiciário:

- Todo o dia a gente vê pobre na cadeia. Mas na hora que aparece um doutor, porque é banqueiro... Eu acho um fato positivo. Está na hora de gente rica, político, também pegar cadeia - critica.

O senador gaúcho propõe um método eficiente para descobrir crimes por atrás de grandes fortunas.

- Nos Estados Unidos, dizem que uma das maneiras de se verificar (corrupção) é pegar os últimos 20 anos do cidadão, pegar o que ele tinha, o que ele tem, o que ele ganhou - e aí faz o levantamento. No Brasil, não se faz isso... Por exemplo, eu, Pedro Simon: se pegar 40 anos atrás e 40 anos depois, não tenho nada!

Leia a entrevista completa.

Terra Magazine - Houve exagero na prisão de Daniel Dantas?


Pedro Simon - Sou a favor do procedimento. Acho que a Polícia Federal vem tendo um procedimento muito importante. Não é por ser rico ou ser banqueiro que não possa ser algemado. A algema foi feita para todo cidadão que está sendo preso. Agora eu acho que não deveria haver uma manifestação com muita veemência, muita manchete. Aliás, no fim do governo de Lula, o ministro da Justiça estava fazendo umas manifestações assim... Prenderam o senador Jader Barbalho e a gente achou que havia um exagero de imprensa. O ministro Tarso (Genro), quando assumiu, determinou mais cautela na manchetização das questões. Dessa vez, veio com essas manchetes. Mas agora o governo está certo, as prisões são corretas, devem ser feitas, se tiver que botar algema... Se bota nos pobres, por que não pôr nos ricos?

Foi o que disse o ministro Tarso Genro...

E eu concordo com ele. Há apenas a teatralização, marcar pra imprensa estar lá, vai ser tal hora da manhã e os caras estão lá pra fazer a filmagem? Não precisava disso.

Se o único preso fosse o ex-prefeito Celso Pitta, haveria essa comoção entre os senadores?

Não sei... Mas eu fiz questão de estranhar e fui à tribuna nesse sentido, achando que o que a gente sente hoje no Brasil é que só ladrão de galinha vai pra cadeia, e está na hora de a Justiça funcionar pra todos. Principalmente os que são ricos e têm um bom advogado, sejam eles banqueiros ou políticos.

O Senado precisa abrir também uma investigação?

Não, porque ele está sendo preso por causa de uma CPI do Congresso, que fez o levantamento. Essa CPI enviou relatório para o Procurador da República e o procurador indiciou (Daniel Dantas). Estava lá, mas ele não indiciou. Nesse caso, o que está sendo dito dos crimes que ele praticou apareceu na CPI do Congresso Nacional.

Como o senhor vê a ascensão de Daniel Dantas na vida pública brasileira?

São figuras estranhas, né?... que no governo passado (Fernando Henrique Cardoso) tiveram um crescimento vertiginoso. Nos Estados Unidos, dizem que uma das maneiras de se verificar (corrupção) é pegar os últimos 20 anos do cidadão, pegar o que ele tinha, o que ele tem, o que ele ganhou - e aí faz o levantamento. No Brasil, não se faz isso. Algumas pessoas podiam ter feito isso. Por exemplo, eu, Pedro Simon: se pegar 40 anos atrás e 40 anos depois, não tenho nada!

O presidente do STF, Gilmar Mendes, acertou ao conceder habeas corpus a Daniel Dantas?

Acho que tanto ele podia dar como não dar. Estava no direito. É o tipo da questão onde o juiz que vai decidir tem a soberania. Temos que respeitar a decisão dele.

Mesmo depois de ele ter dado declarações contra a operação da PF?

Aí, de certa forma, o que se fala é que por ele ter dado declarações antes, devia ter se dado por impedido. Mas ele não tinha obrigação. Deu uma declaração. A declaração que ele deu foi em tese. Acho que houve isenção.

E a prisão preventiva?

A Polícia apresentou fatos novos, as tentativas de suborno que ele fez ao delegado. E apresentou provas novas e absolutamente positivas. Gente veio me procurar... "O que o senhor acha? A Polícia prendeu o banqueiro...". Eu disse: "Barbaridade!". Pensei que a Polícia tinha prendido. Mas foi o juiz que deu a prisão preventiva. Se tivesse sido a Polícia, seria uma loucura. Agora, não, é prisão. Aquela anterior era de cinco dias. Pediram prisão preventiva porque os fatos são muito graves e, como ele praticou a tentativa de suborno, pode continuar praticando. Vamos ver no que vai dar.

Como o senhor analisa esse debate? Condenações ao "espetáculo", aplausos...

Está na hora de botar gente grande na cadeia, né? Todo o dia a gente vê pobre na cadeia. Mas na hora que aparece um doutor, porque é banqueiro... Eu acho um fato positivo. Está na hora de gente rica, político, também pegar cadeia.

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